Eu sempre tive muita vontade de escrever. Desde pequena quando eu lia, mais do que leio hoje, fui fascinada por palavras e a forma de como elas empregadas juntas podem criar laços, conexões, emoções e até mudar histórias.
O problema é que toda vez que decidimos começar algo novo ou fora da nossa zona de conforto a gente fica se perguntando o que pode ou o que não pode dar errado. Mas a gente nunca se diz “E se der certo?“ ou então “Se não der, não deu“ e segue o rumo da vida. É incrível o quanto queremos que tudo funcione perfeitamente bem, ou que as histórias aconteçam de forma linear, ou que tudo se transforme em algo grande e a fama chegue e a gente se sinta a melhor pessoa do mundo. Agora porque não assumimos a não necessidade da nossa existência?
Nos últimos dias eu li Poesias, de Fernando Pessoa, um clássico de mexer com todos os sentidos, e quando li:
“Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.“
Pensamos tanto nos sonhos, no alto, nos desejos, no sucesso, que sequer diminuímos nossa existência, não de uma forma ruim, a apenas “A realidade não precisa de mim“.
Viver apenas por viver, iguais os pássaros que não sabem para onde voarão no ano que vem, e as borboletas que não sabem que os batimentos de suas asas podem mudar algo no mundo.
Se algo não der, não deu. Não dará, não será e não aconteceu. Apenas existirá como uma forma de dizermos “Não foi dessa vez“. E de repente vem um abraço caloroso, uma palavra de consolo e até uma dose de autocompaixão por saber que nem tudo será perfeitamente como pensamos.
Eu não escrevo para me tornar uma grande escritora, quero apenas expressar minhas emoções, e se elas servirem para alguém, tudo bem. Se não, serviram para me acalmar em um momento onde eu esperava que tudo desse certo.
Se não der, não deu.
#pensarmenospensamentos
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